A NRF 2024 teve inovação ou Déjà Vu no varejo brasileiro? Essa é foi uma indagação que fizemos. Esse evento, realizado nos dias 14 a 16 de janeiro deste ano, se destaca como um dos eventos mais cruciais para o setor. Para nós, foi uma estreia empolgante, pois uma de nossas parceiras teve a oportunidade única de imergir nesse universo e compartilhar conosco uma enxurrada de informações valiosas.
A narrativa comum sugere que a NRF dita as tendências globais no segmento varejista, revelando percepções que moldarão o cenário nos próximos anos. Contudo, desde o início desta exploração, surge uma provocação intrigante: nossa parceira percebeu muitos elementos que se assemelhavam ao já conhecido “mais do mesmo”.
Nada que os varejistas brasileiros já não tenham ouvido falar ou não se sintam capazes de implementar.
Analisando as informações recebidas, observa-se uma discrepância entre o futurismo apresentado e a realidade tangível, alinhada à cultura e às possibilidades financeiras dos varejistas locais.
Indiscutivelmente, temas como a personalização da experiência do cliente, impulsionada pela inteligência artificial e análise de dados e a integração de tecnologias inovadoras, vem transformando lojas físicas. Essa transformação se dá em espaços mais envolventes e interativos, e, é claro, a sustentabilidade, são assuntos recorrentes em nossas discussões diárias sobre o avanço do varejo brasileiro. A tecnologia emerge como uma peça fundamental, cada vez mais necessária para uma rápida adaptação às constantes mudanças do mercado.
Conceitos como a individualização do atendimento no varejo e o surgimento de lojas autônomas revelam tendências significativas, impulsionadas pela tecnologia. A premissa de que conhecer o cliente a fundo facilita a criação e manutenção de um relacionamento saudável sempre foi uma verdade conhecida.
Empresas agora investem pesadamente em tecnologias como inteligência artificial e análise de dados para compreender as preferências individuais dos clientes, permitindo uma personalização efetiva de ofertas, recomendações de produtos e experiências de compra. Essa abordagem personalizada não se limita apenas ao ambiente online, estendendo-se também para as lojas físicas, onde a interação personalizada contribui significativamente para a fidelização do cliente.
A ascensão das lojas autônomas representa outra tendência expressiva no varejo, novamente impulsionada pela tecnologia. Esses estabelecimentos dispensam os tradicionais caixas de pagamento, adotando sistemas automáticos. A palavra-chave aqui é conveniência, oferecendo aos clientes uma experiência de compra mais rápida e eficiente. A expansão desse modelo reflete a incessante busca por inovações que tornem a jornada do consumidor mais fluida e alinhada às demandas modernas.
Entretanto, surge uma reflexão crucial: será que tantas inovações tecnológicas são acessíveis ao bolso do varejo brasileiro? Os empresários(as) estão verdadeiramente prontos para adentrar de cabeça na era da digitalização? Considerando que cerca de 2,5 milhões dos nossos varejistas são micro e pequenas empresas e que, culturalmente, muitos ainda preferem transações em dinheiro, questionamos a aplicabilidade de tanta tecnologia no nosso querido Brasil.
Precisamos sermos bastante realistas. A grande empolgação diante de tantas novidades tecnológicas e possibilidades é de certa forma compreensível, o que foi mostrado em um dos maiores eventos do mundo. Mas, na verdade, mesmo, todos sabemos que a realidade do pequeno empresário, que representa a grande maioria, dificulta vislumbrar um mercado nacional disposto a investir US$ 100 mil em uma loja autônoma de 18m2. Não interprete errado por favor, não é uma resistência à tecnologia, afinal, o Beabá da Loja Autônoma vende justamente isso! A visita da nossa parceira à NRF foi valiosa, proporcionando não apenas uma experiência enriquecedora, mas também instigando a reflexão sobre como adaptar essas inovações à realidade do empresariado brasileiro. Há um longo caminho a ser percorrido pela frente, e o futuro, inegavelmente, está à porta. O varejo brasileiro precisa despertar para a grande importância do relacionamento com os consumidores e iniciar seus primeiros passos em direção à automação e individualização.
Você também gostará:
Pagar ou não percentual para condomínio
Quais tecnologias necessárias
Aplicativo ou totem de pagamento